O dia oito de março é celebrado internacionalmente como o dia das mulheres, inclusive no Brasil. Mas em alguns países como na França e na Bélgica, recebeu o nome de Dia Internacional dos Direitos das Mulheres. Isso porque o 8 de março é um dia simbólico na jornada de lutas pelos direitos básicos na perspectiva de gênero.
A primeira manifestação nesta data foi em Berlim, em 1914, quando as mulheres saíram às ruas pelo sufrágio feminino, entre outras reivindicações. Mais tarde, no mesmo 08 de março, na Rússia pré-revolução, líderes operárias se reuniram e exigiam à abdicação do czar, em 1917.
A partir da década de 1970, os movimentos feministas e organizações de Direitos Humanos passaram a celebrar essa data simbólica para reivindicar mais direitos às mulheres. Até que em 1977, a ONU tornou esse dia 8 de março o Dia Internacional da Mulher.
É claro que nomes importantes pela luta dos direitos das mulheres sempre existiram em todos os períodos. Para citar apenas dois, na revolução francesa, por exemplo, Olympe de Gouges já defendia a igualdade de gênero nos ideais revolucionários, e lançou a sua Declaração dos Direitos da mulher e cidadã, em contrapartida à Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão. Luiza Mahin, no Brasil, participou da Revolta dos Malês (1835) e na Sabinada (1837-1838), em resistência à escravidão negra. Apesar disso, muitas vezes as histórias dessas mulheres eram invizibilizadas.
A partir da revolução industrial, com a inserção das mulheres no mercado de trabalho, a participação de mulheres nas greves se intensificou no século 20, assim como as gamas de direitos que lhes foram estendidos, tais como o direito ao voto, o direito à melhores condições de trabalho, limitação de jornada, entre outros.
Hoje, em relação ao mercado de trabalho, mesmo após mais de um século de lutas, as mulheres ainda enfrentam disparidades, especialmente com salários menores e são mais vítimas de assédio em ambiente laboral. O feminícidio e a violência doméstica também são desafios atuais na luta igualitária. Em 2023, foram 1.463 mulheres assassinadas no Brasil, vítimas de feminicídio.
Portanto, este dia continua sendo marcante e de extrema importância para celebrar as conquistas históricas de dieitos das mulheres, mas também é importante lembrar que é um dia para mobilização de mais garantias que ainda precisam vir.